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Feliz Ano Novo!

foto Gilberto Rodrigues

O futuro será conseqüência

da nossa alienação

ou da nossa consciência.

 

A resistência pra enfrentarmos os caminhos que escolhemos e que desejamos fazer depende do nosso preparo. Nada é mágico ou acontece sem empenho, dedicação persistência e uma boa dose de paciência.

Que 2012 seja, para cada um de vocês, meus amigos de coração, de fé ou virtuais, uma possibilidade de realização dos seus sonhos e seus projetos. Temos que, para  convivermos em harmonia e paz, nos embrenharmos por trilhas as vezes tortuosas ou que nem nos apercebemos que por ali nos embrenhávamos. Mas para chegar onde traçamos como objetivo precisamos trilhá-las. Lute a luta de um homem só, pois só você pode fazer o seu caminho e realizar os seus sonhos.

O vôo de cada um será na altura que se preparar para realizá-lo. Esse vôo tem regras próprias, alturas próprias, e exige que cada um que pretenda realizá-lo saiba pra onde está indo e porque está indo.

Voe, voe em busca dos seus sonhos, e com certeza eles estarão a sua espera, pois você  os constrói a cada dia. Se você os deseja é porque eles existem. Voe até encontrá-los, depois regozije-se e seja muito feliz.

Feliz 2012.  Se ainda não estiver preparado para alcançar os seus sonhos lembre-se que o mundo não acaba amanhã. Prepare-se então durante este ano que se inicia para que em breve possa realizá-los. Não desista deles, são seus e só  você pode fazê-los desabrochar.

Os seus sonhos estão a sua espera. Para alcançá-los basta a sua ousadia…

carinhosamente,

Gilberto Rodrigues

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Entrevista, Tema: Sobre a Paixão

Entrevista concedida à Jornalista Michelle Sampaio

para o programa Vanguarda Comunidade – Exibido em 20/11/2011

Emissora: TV Vanguarda, Taubaté.

Miniatura

Clique aqui para assistir: http://www.youtube.com/watch?v=enMuS9N07Nw

O que é a paixão?
A diferença entre amor e paixão.
O objeto da paixão exige exclusividade.
A relação da paixão com a dor e o prazer.
O que fazer para evitar a paixão.
O mecanismo do apaixonar-se.
O amor decorre do conhecimento, a paixão do desconhecimento.
O apaixonado deixa tudo para viver a sua paixão, e se arrepende depois.
Declamação do Poema MULHER, por Michelle Sampaio.

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Azul

foto Gilberto Rodrigues

 

 

 

 

 

Vou colher rosas encarnadas
Sob o orvalho da lua cheia
Só para ofertá-las molhadas a você

 

Quero ver suas mãos umedecidas
Roçarem suas faces de azul celeste
Rebrilhando a luz da lua
Quando num gesto tímido e matreiro
Limpar as marcas do beijo
Que irei roubar-te quando da emoção
Das rosas postas em seu colo

 

Os meus lábios estarão molhados
Umedecidos de você
E você docemente ruborizada
Desabrochará tão suave e bela
Como cada pétala de rosa orvalhada
Na vermelhidão da lua nua.
  • Data: 15 dez 2011
  • Em: Poemas
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Palavras caligrafadas…

odiadpois.blogspot.com
 
Tenho em minhas mãos
Uma caixa de palavras
Confeccionada com letras
Maiúsculas e minúsculas
De todos os idiomas
Pra que qualquer que queira
Por ali se pronuncie
Fixam suas partes pontos
Vírgulas acentos graves e agudos
E a adornam sinais ortográficos 
 
O esquecimento são suas chaves 
 
Tenho em minhas mãos
Uma caixa de palavras
Pesando a leveza das plumas
Comportando a estória das minhas vidas
Presente antepassadas e esquecidas

 

Tenho em minhas mãos
Uma caixa de palavras
E dentro dela todos os signos
Todas as letras do alfabeto
E quando as alinhavo
Juntando letras da minha história
Revolvo entranhas com minhas lembranças
Do mundo que me escreveu
Dos silêncios que me redigiram
Tenho em minhas mãos
Uma caixa de palavras
Onde se comprazem
Possibilidades indecifráveis
A espera de uma construção
Pra numa oração insubordinada
Pronunciar-me para mim
Reescrevendo-me para o mundo

 

Tenho em minhas mãos
Uma caixa de palavras
Cheia de letras que se conformam
Ou me deformam
Diante do meu tempo
Meus medos e desejos
Pra contarem de mim em sonhos
Lembranças e memórias

 

Tenho em minhas mãos
Uma caixa de palavras
Cheia de letras e sinais
Pra que eu possa um dia
Reescrever-me ou falar-me
Pra mim mesmo

 

Tenho em minhas mãos
Uma caixa de palavras
E me alegro e me divirto
Quando com suas letras
Começo a formar por linhas
Ainda tortuosas
Uma possibilidade de ser feliz

 

Minha caixa de palavras
 Guarda-se no silêncio
Revela-se na pronuncia…

 

Mas
Minha caixa de palavras
Tem um fundo falso
Ali onde se eternizam nomes próprios
Escritos um dia sobre meu corpo
Guardados ali como segredos
Mas que não dei conta de suportar
Restaram deles em mim
Profundas marcas e cicatrizes
Restos ainda a me nomear

 

Esses nomes próprios
Guardados no conforto do fundo falso
Desmanchar-se-ão um dia em letras
Quando do meu corpo marcado
Cada palavra eu souber soletrar.
  • Data: 11 dez 2011
  • Em: Poemas
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O Poeta interiorano

Entrevista concedida a Guilherme Tauil, para o ar.v cultural, jornal cultural, ano 1, edição 02, novembro 2011

Certa vez, Chico Buarque disse que o samba chega ao compositor por caminhos tortuosos. Depois de conhecer a história de Gilberto Rodrigues, pode-se dizer que o mesmo acontece com a poesia. Embora desde muito cedo Gilberto brincasse com as palavras reescrevendo letras das modas de viola que ouvia em Queluzito, interior de Minas  Gerais, foi através de um castigo que descobriu-se poeta.

Mesmo sendo um bom aluno, o então seminarista de dezenove anos de idade não havia estudado para uma prova de literatura portuguesa e foi pego colando. Piedoso, o  padre fez uma proposta a Gilberto, dizendo que estaria disposto a esquecer o ocorrido caso o infrator lhe entregasse, no dia seguinte, um poema que contivesse todos os conceitos formais da matéria. Gilberto aceitou a punição e compôs, assim, seu primeiro poema, que ficaria como uma espécie de hino do seminário, mesmo após sua saída. Desde então, não parou mais de escrever.

Curioso é saber que a infância de Gilberto não sugeriu a formação de um escritor. Embora o conhecimento fosse algo valorizado pelos pais, o aprendizado da leitura só veio aos oito anos e a escola mais próxima ficava a seis quilômetros dali, de modo que não havia livros por perto – exceção feita a um dicionário de medicina popular, escrito pelo doutor Chernoviz num remoto 1842, que o poeta faz questão de guardar até hoje. Gilberto não arrisca dar nome ao fenômeno, mas acredita que o poeta nasça com a vocação. E é preciso desenvolvê-la, pois, para ele, os poetas têm um compromisso com a sociedade: estimulá-la, seja através das emoções ou das inquietudes que os versos provocam.

Gilberto é autor de sete livros, mas só dois foram publicados. O primeiro, “Corpo chão”, de 1982, surgiu de uma maneira inusitada. Formado em Psicologia, Gilberto foi  contratado por uma multinacional para conversar com os trabalhadores que viriam do campo trabalhar como metalúrgicos. Sendo ele também do interior, tinha a percepção de que o mundo industrial era massacrante, e encontrou-se na difícil situação de não poder dizer àqueles homens que aquilo tudo era uma ilusão. O protesto fez-se, então, em forma de poesia. “Corpo chão” é pesado e vai contra o abandono do homem rural e contra a exploração da indústria. Cinco anos depois, publicou “Bolsa das águas”, em que filosofa sobre as descobertas e a vida em geral, baseando-se até em conceitos psicanalíticos.

Quando põe as coisas na balança, Gilberto Rodrigues considera-se um escritor relapso, e, às vezes, nem se apresenta como poeta – pois entende que, para isso, seria  necessário ter o domínio da palavra. E com ele ocorre justamente o contrário: é a palavra que o domina. Assim, o psicólogo dispensa preparações e rituais, porque quando a poesia vem, ela vem sem esforço. E muitas vezes com o primeiro verso já pronto. O poemas não são trabalhados, eles ficam da forma que nascem. Isso porque Gilberto percebeu que, ao tentar reescrevê-los, acabava criando outro texto, distante da emoção que queria passar. Desde então, preferiu não intervir mais em seu processo de criação. Descrente do conceito de inspiração, prefere dizer que sua poesia vem da permissão que dá às pequenas coisas do cotidiano o tocarem. Afinal de contas, a poesia é coletiva, daí a sua capacidade de emocionar a todos e ser atemporal.

Atualmente, Gilberto concilia seu ofício de psicólogo com o de poeta. Seu último projeto chama-se “Carreando histórias” e é todo escrito conforme a fala do homem  interiorano. Além disso, está empenhado em seu novo blog, onde pretende depositar toda sua produção poética e também suas entrevistas e fotografias.

Você pode acompanhá-lo acessando o www.gilbertorodrigues.com

Poemas

foto Gilberto Rodrigues

Como uma foto de uma paisagem
Que congela e emoldura um momento
Um  poema revela um instante
Onde houve uma marca no sentimento

 

Não carece que essa marca seja um fato
Um sonho ou mesmo uma fantasia qualquer
O que importa é que a emoção vivenciada
Seja tão bela que valha a pena descrever

 

Faço um poema pra mim ou pra você
Faço versos que não fui eu quem construiu
Descrevo emoções tão fortes e nem sei por quê
Imaginando emoções que você também já sentiu

 

Faço um poema pra que possa ser guardado
Como preciosidade coisa rara ou um segredo
Quem pode comigo suas emoções compartilhar
Revelou-se às vezes sem ter-se sabido revelado

 

Meus versos são deveras coloridos
Temperados artesanalmente com muitos sabores
Revelam o que em minha alma foi vivido
E as nuances que emolduram meus amores

 

Meus amores sim porque todo verso que faço é de amor
Sejam amores tão crus como o que se tem por uma idéia
Seja tão intenso como o que é vivido com uma mulher
Ou então quando é feito pra descrever o desabrochar da azaléia

 

O prazer da escrita impregna cada verso
Como cicatriz em minha alma faz cada vivência
Cicatriz de dor de amor ou de tristeza
Que faz-me a cada dia ter mais experiência

 

Canto então o encanto do que vivo
Oferto-te versos se comigo os compôs
Alegro-me por vê-los desabrochar em seus olhos
E sabe-la mais feliz enquanto musa do meu amor.
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O Jardineiro

Crônica 

foto Gilberto Rodrigues

Os pássaros arrulham sob a janela e o sol, sonolento ainda, deixa seus raios escapulirem por entre as brumas de orvalho da madrugada. Fria. Enevoada. Um cheiro de café fresco exala casa afora e a brisa fria da manhã busca aconchego na quentura da casa entrando sorrateira pela porta entreaberta. Ele vem espreguiçando, pega a caneca de café e vai até a porta como se fosse saudar o dia. Mas fica ali a balbuciar _ As manhãs daqui não são como as de Santo Amaro do Camapuã. Êta saudade de Minas Gerais

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Sobre a Paixão

foto Gilberto Rodrigues

Quando se está apaixonado, homem ou mulher, nenhum é capaz de se imaginar vivendo sem o outro. Mas que fenômeno é este a que chamamos paixão? Que proporciona momentos de ansiedade e expectativas quando está se iniciando, de intensa alegria e prazer quando está acontecendo e de profunda dor e tristeza ao se esfacelar? É provável que exista na vida de cada pessoa pelo menos uma vivência de paixão, além da que aprendemos com nossa primeira, inescapável e necessária vivência de paixão: aquela que tivemos por quem desempenhou para nós a função materna.

Abrir espaço para que novas paixões aconteçam é imaginar-se capaz de um dia poder satisfazer-se plenamente através de alguém, pois, para o apaixonado, o prazer está em poder satisfazer-se através do outro, em imaginar-se capaz de poder completar o outro para que o outro o preencha. Neste sentido, a paixão não é benéfica e nem contribui para o desenvolvimento saudável de seres humanos porque busca suprir através do outro uma falta que o outro não poderá suprir. Ao constatar essa impossibilidade, a paixão acaba e a sensação de incompletude, de vazio, de falta, ressurge. Acaba com a mesma impetuosidade que começara. Até que uma nova paixão aconteça. Seja por pessoas, objetos, coisas, etc. E isto se repete vida inteira.

 A paixão faz com que o sujeito, a pessoa que está apaixonada, sentindo-se preenchida pelo outro faça o possível e tente o impossível para manter este outro ao seu lado, ao seu dispor. Este saber não é no plano da consciência. Esta tentativa é marcada por uma grande intensidade de afetos, onde se busca satisfazer aquele por quem se está  paixonado com todas as suas forças e habilidades tentando garantir assim que o outro não se afaste. O sujeito, masculino ou feminino, acredita ser capaz de preencher, satisfazer plenamente o outro, de suprir todas as necessidades do outro, que com certeza, se ainda não aprendeu que os fascínios da paixão são fugazes, ficará encantado, e apaixonar-se-á também. Desenvolvendo a mesma dinâmica. Imagine então como será bela, quase perfeita, uma relação entre duas pessoas apaixonadas, onde cada qual só se empenhará em satisfazer o outro para se ver satisfeito. Esta busca de satisfazer-se através do outro evolui de tal modo que quem está apaixonado chega a colocar em risco a própria individualidade. É sabido que o termo paixão vem do latim pathos e significa sofrimento. Sofrimento pelo fato de que um ser humano não é capaz de satisfazer plenamente o outro e nem de ser pelo outro satisfeito. Esta realidade o faz confrontar-se com suas impotências e fragilidades, por isso o término de uma paixão é sempre desalentador, sofrido, doloroso. Por isso, poderíamos dizer que se você puder antecipar o momento deste apaixonar-se, se esta possibilidade aparecer a sua frente, e for possível, fuja, pois a possibilidade da paixão é prenúncio de encrenca e muita dor, muita amargura, mesmo que depois de intensos e indescritíveis momentos de prazer. É só uma questão de tempo. E todos que já se apaixonaram um dia sabem do que estou falando.

É difícil saber o que significa estar apaixonado quando se está “dentro” da relação de paixão. Perde-se a sensatez, a capacidade de se posicionar, a partir do que pensa e sente, pois, o apaixonado vive em função de buscar satisfazer o outro, e por medo de ferir um ao outro, muitos casais, apaixonados, se destroem.  Isto porque o apaixonado –
repito – não só busca satisfazer-se plenamente através do outro como busca evitar qualquer situação que o desagrade, ou, imagina, irá entristecer o outro, objeto de sua paixão.

A paixão, enquanto está sendo vivenciada é algo que quem a experimenta não deseja que termine, porém está muito longe do amor, e por isso por mais que nos surpreenda as circunstâncias do apaixonar-se, é bom sabermos que a paixão é algo próprio para os heróis, imbatíveis na realização de suas pretensões e aliados dos deuses. Somos humanos.

Artigo publicado na revista VITRINE, novembro 2011, n. 24, ano 3 – www.revistavitrine.com.br

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O Pianista

promocaolitoraljazz.blogspot.com

Crônica

As luzes ainda não haviam sido todas acesas. O silêncio perambulava por entre as poltronas a espera de quem viesse lhe acompanhar, quebrar-lhe, para seu regozijo enaltecer-lhe os predicados, deslumbrar as sonoridades da melodia. O silêncio seria tão reverenciado quanto à canção e ele, o silêncio, sabia disso. As portas ainda fechadas faziam crescer o burburinho daqueles que esperavam calma e civilizadamente para ocuparem os seus lugares.

As pessoas vão entrando e num chegar de reverência ocupam, uma a uma, seus assentos. E esperam. Buscam posições pelas razões aparentemente incompreensíveis para um observador,

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