Cavaleiros da Saudade
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“A todos os companheiros de cavalgada. Os que já se foram e os que estão aprendendo a montar…” Pelo menos uma vez a cada ano se reúnem em uma fazenda muitos caipiras urbanos prá realizarem uma cavalgada Todo Mundo que ali tá reunido teve o avô ou tem o pai que já tocou uma boiada dia inteiro numa estrada “ … mas hoje em dia tudo é muito diferente com o progresso nossa gente nem sequer faz uma idéia …” [1] Da cavalgada virou hino essa canção que o tempo inteiro é cantada com saudade e emoção prá relembrar a nossa história De madrugada com violas enfeitadas cantadores e violeiros já despertam os cavaleiros prá selarem a manada Aquela lida de tamanho entusiasmo vai apagando de repente tudo que era marasmo dando vida a essa gente Até parece que a vida da cidade se esvaiu que nem poeira nos cascos desses cavalos prá todo mundo ser feliz Estrada afora os cavaleiros da saudade campeando a sua história desordenam todas as ordens e trazem para o futuro o seu passado Cada parada que faz essa peonada ao longo do caminho tem viola e cantoria cantando modas e toadas Tocando em frente o ponteiro da estrada já não leva mais berrante e nem medo ele tem mais de um estouro de boiada A tardezinha noutra fazenda é a pousada os cavaleiros e os cavalos são ali já esperados prá descansarem um tiquim O fogão de lenha tem comida com fartura e enquanto num chega a hora é servida com torresmo uma pinga das mais puras Cavalgando um dia da Fazenda Boa Vista lá prá Fazenda do Tanque passamo a noite em claro extasiados com a viola Tuca violeiro dos prendado despertou todo o sertão com ponteios enraizados no coração dos cavaleiros De madrugada outra vez estrada afora cavalgando a saudade daquele tempo tão distante mas que na alma ainda persiste Um dia acaba também mais uma cavalgada como acabou essa vida só deixando em seus rastros um rio grande de saudade Um rio cheio de pesar e de tristeza e aquela vida com certeza só vai de novo ser vivida quando houver outra aventura Cavaleiros da saudade vão contando pros seus filhos galopando história afora como era que viviam aqueles homens do sertão.[1] Da moda “ Mágoa de Boiadeiro “ de Nonô Basílio e Índio Vago.