Alguma Coisa, (…) Quase Toda!
Mulher, diz-me quem és
jamais te decifro
em meus versos não cabes
Mas também falar de ti
é fala que não sabes
és incógnita és sempre quase
Com posso então dar-te um nome
conter-te em meus abraços
se meus braços não te circunscrevem
Oh mulher! quem és?
O que é isso que te falta
certa falta que assim parece
uma falta que te completa
que te faz única dentre tantas
indescritível singularidade
raridade prenhe de encantos
Como posso escrever-te mulher
se sempre falta uma palavra
que completa o sentido
que de fato se escrita fosse
daria guarida ao meu encantamento
e o enigma que és
decifraria para a paz de minh’alma
Por que inibes com traços suaves
o que clama a voz da razão ?
Para que os santuários te comportassem mulher
tiveram os homens que encobrir-te
com mantos de santidade
pra que tua quase toda singularidade
fosse por instantes recoberta
Quem és tu mulher? Uma santa, uma puta,
um nada por isso tanta somente uma quase toda?
Mulher …