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Dia de Finados!

foto Gilberto Rodrigues

Hoje é dia de finados. Dia em que rememoramos entes queridos que já nos deixaram. É um dia em que pesa a perda física de pessoas queridas. Mas a morte vai além das perdas materiais, físicas. Há a morte necessária. Aquela que é preciso realizar-se para que o novo  floresça. A morte do quotidiano, a morte simbólica. Aos que já morreram e principalmente aos que optam e se enchem de coragem para realizarem no dia-a-dia a morte do que deverá ser um dia apenas relembranças, posto dois poemas… A morte trás dores, mas alegrias também… Tudo é assim.

Vida entre mortes

 A vida que importa
é a que a morte comporta
entre o seu começo
e o seu fim.
Resistir à morte
é insistir para que a vida
seja breve.
A lagarta
se insistir na vida
 rouba a borboleta
no seu tempo de voar.

[foto do casulo: jochamaeu.blogspot.com]

 

Revivência

 
Por que oh morte
tão tarde me visitaste ?
No encontro de derradeiras vistas
passo em revista
o que fiz e o que não fiz.
Também o que poderia
ter ou não ter feito.
Depois de ti oh morte
que de cruel e temível
em ti nada encontro
reordeno meu destino
dissipo-me dos meus sonhos
para que contigo sempre presente
eu possa viver intensamente
o que me faz estar vivo.
Tive muitas lutas pela vida.
Outras tantas para evitá-la
e agora me aconchego
no espaço do funeral
do que imaginei ser
para revigorar-me para a vida
e redescobrir-me
entre a vida e a morte.
Por que em tua visita trouxeste-me
a fragilidade de tantas intenções
a inutilidade de tantas batalhas
o desperdício de tantas lutas?
Penitencio-me diante de ti
para redimir comigo do meu passado.
As intenções foram tantas
que muito tempo será pouco tempo
para uma confissão final.
Conceda-me eu lhe peço
um segundo a mais
para que eu me vista a rigor
para poder por inteiro
deixar-me por ti ser levado.
Pronto. Eu estou pronto.
Toma a minha mão e conduza-me
para os teus caminhos.
Leva-me já.
A vida já está a minha espera.

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