Bolsa das Águas

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Fazer poesia é falar de si. Às vezes até falar para si. Esta é a estória contada nos bastidores de Bolsa das Águas. Referência simbólica à bolsa amniótica onde, por nove meses, aguarda o feto para nascer.

Melhor e mais adequado símbolo não existe para simbolizar o que estão por ler. Trata-se da junção de prosa e poesia livre que testemunha o parto de alguém para um mundo novo que poderia ser o do poeta, o meu ou mesmo o seu. Mundo este marcado pelo simbolismo psicanalítico com vivências do inconsciente e momentos de dura realidade até culminar numa de ânsia confortante desvelo e solidão.

É uma obra para ser, sofrida, compartilhada com o mais íntimo de cada um, pois antes de ser polêmica, à forma, seu fundo é tão denso e penetrante que alguns momentos poderão ser sentidos ou mesmo vividos como destrutivos. Mas, assustar não é o que norteia sua mensagem. Bem às avessas o conteúdo simbólico nos conduz, através das pausas marcadas pelo desdobramento da frase “os cães ladram e a caravana passa”, ao encontro do indivíduo consigo mesmo, enfrentando e vencendo vicissitudes.
Outra simbologia marcante é a capa. Balsa. Aquela que conduz por entre os tortuosos córregos da vida e das vivências interiores.
Será que Você aceita um convite para navegar pelo inconsciente até os limites da loucura? Será que consta de suas experiências uma viagem ao interior do mundo não autorizado de alguém? Será que consta de suas vivências a aceitação de seus próprios conflitos? Será que é possível a qualquer um de nós viver o inaceitável e escrever sobre a “coisa”?
Será que você se disporia a acompanhar de forma plena o fenômeno de sua? minha? nossa? loucura?
Fernando Henrique Galvão Villela Santos