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Gilberto Rodrigues é autor de sete livros, sendo três publicados: “Corpo Chão”, “Bolsa das Águas”e “Da Alma do Direito” (2012). Descrente do conceito de inspiração, prefere dizer que sua poesia vem da permissão que dá às pequenas coisas do cotidiano o tocarem. Afinal de contas, a poesia é coletiva, daí a sua capacidade de emocionar a todos e ser atemporal.

Formado em Psicologia, Gilberto foi contratado por uma multinacional para conversar com os trabalhadores que viriam do campo trabalhar como metalúrgicos. Sendo ele também do interior, tinha a percepção de que o mundo industrial era massacrante, e encontrou-se na difícil situação de não poder dizer àqueles homens que aquilo tudo era uma ilusão. O protesto fez-se, então, em forma de poesia. “Corpo chão” é pesado e vai contra o abandono do homem rural e contra a exploração da indústria. Cinco anos depois, publicou “Bolsa das águas”, em que filosofa sobre as descobertas e a vida em geral, baseando-se até em conceitos psicanalíticos.

Quando põe as coisas na balança, Gilberto Rodrigues considera-se um escritor relapso, e, às vezes, nem se apresenta como poeta – pois entende que, para isso, seria necessário ter o domínio da palavra. E com ele ocorre justamente o contrário: é a palavra que o domina. Assim, o psicólogo dispensa preparações e rituais, porque quando a poesia vem, ela vem sem esforço. E muitas vezes com o primeiro verso já pronto. O poemas não são trabalhados, eles ficam da forma que nascem. Isso porque Gilberto percebeu que, ao tentar reescrevê-los, acabava criando outro texto, distante da emoção que queria passar. Desde então, preferiu não intervir mais em seu processo de criação. Descrente do conceito de inspiração, prefere dizer que sua poesia vem da permissão que dá às pequenas coisas do cotidiano o tocarem. Afinal de contas, a poesia é coletiva, daí a sua capacidade de emocionar a todos e ser atemporal.

Em 2012 o mineiro, então formado em Direito, lançou uma obra inusitada conceitualmente voltada para a área jurídica, porém de forma incrivelmente inédita. Segundo Gilberto, a obra propõe uma reflexão sobre o Direito, sua aplicação, como é ensinado e aprendido atualmente e o seu descompasso com o processo de desenvolvimento, de evolução e de aperfeiçoamento de outras atividades científicas e, principalmente, com relação a sua incapacidade para atender às demandas da sociedade.

Atualmente, Gilberto concilia seu ofício de psicólogo com o de poeta. Seu último projeto chama-se “Carreando histórias” e é todo escrito conforme a fala do homem interiorano. Além disso, está empenhado neste blog, onde deposita toda sua produção poética e também suas entrevistas e descobertas fotográficas.

Entrevista concedida a Guilherme Tauil, para o ar.v cultural, jornal cultural.